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sábado, 16 de abril de 2011

Caio Fernando Abreu

Você pode nunca ter ouvido falar dele, ou já ter ouvido menções ao seu nome, mas sequer sabe a que tipo de literatura ele se dedicou; ou ter dado um profundo suspiro de paixão quando leu o nome de – certamente – um dos seus autores preferidos. Porém, se tiver Twitter, afirmo com vigor e convicção: você já deu retweet em uma das frases dele.
Bem, fato é que não importa qual sua posição sobre esse nome de titulo, este post trata de um dos homens mais incríveis que já pisaram, cresceram, amaram e encantaram corações nessas terras tupiniquins e pelo mundo: Caio Fernando Abreu!


Dono de uma lírica simplesmente apaixonante e que parece ter sido descoberta agora pelas redes sociais, falar de Caio é quase como uma declaração de Amor ao próprio Amor. Durante toda a sua vida – e seus escritos, é claro – ele dedicou-se a um tema que é interesse de todos nós: o Amor.
E quando eu digo Amor, digo de todos os tipos. Entre homens, mulheres, homens e mulheres; Amor de mãe, amor ardente, amor platônico e até mesmo falta e descrença no amor. Mas, sempre girando pelo mesmo centro gravitacional.

Caio era gaúcho, nascido na cidade de Santiago – que é conhecida como "a terra dos poetas" – no ano de 1948. Mas, ele decididamente não nasceu para viver numa cidadezinha pequena. Caio é o tipo de pessoa que precisa de todo o mundo e mesmo assim, sempre sobra alguma parte que não cabe.
Dono de uma mente inquieta interou-se por tudo um pouco. Cursou letras e artes cênicas na UFRGS, mas fez carreira como Jornalista. Participou da redação de revistas e jornais importantes nesse país, como a revista VEJA e os jornais o Estado de São Paulo e da Folha de São Paulo. Exilou-se em diversos países na época da Ditadura Militar, o que contribuiu muito para sua lírica.
Suas obsessões – que podem ser vistas claramente em seus escritos – eram as religiões diversas, as línguas, as viagens pelo mundo, as músicas, os costumes, o amor, a solidão e claro, os signos. Aliás, Caio sempre cita signos e dá nomes a alguns de seus contos através deles, como por exemplo, o conto "O dia em que Urânio entrou em Escorpião" onde – do modo que apenas ele poderia fazer – mostra todo o poder das verdadeiras amizades. E "O Dia em que Júpiter encontrou Saturno" onde os diálogos são simplesmente espetaculares. Ou mesmo "Sim, ele deve ter um ascendente em Peixes", onde ele ilustra todo o medo que nos rodeia nessa vida moderna das cidades grandes.
Aliás, apesar de ser um escritor completo, Caio destacou-se mesmo na área de contos. Publicou mais de vinte obras, e dentre elas, nove somente livros de contos. O maior destaque vai para "Morango Mofados" – seu quarto livro e considerado pela crítica como sua obra-prima – que é dividido em duas partes: o mofo & os morangos. O melhor conto do livro? Impossível dizer, todos os contos de Caio são impecáveis e tocam a alma de quem tem o prazer e a honra de tentar compreendê-lo.
 Mas, não só de contos viveu a lírica de Caio. Segundo um de seus amigos e colega de redação, Caio escrevia o tempo todo e em todo lugar. É natural que ele também tenha um romance em seu curriculo-literário. "Onde andará Dulgue Veiga?" é ininominável. Como que um dos seus contos de forma extensa e totalmente controladora. É impossível parar de ler até que se desvendem todos os segredos de Dulce, Márcia, e claro, do narrador!
Soro positivo, Caio teve uma morte muito precoce aos 47 anos, em Porto Alegre, deixando toda a literatura brasileira órfã para sempre de sua pessoalidade-universal. Mas, deixando um legado que o coloca como um dos maiores expoentes da literatura contemporânea.
Abaixo, estão alguns links para aqueles que assim como eu, desejam mergulhar nesse mundo incrível da literatura contemporânea e nacional!
O primeiro é um livro para os iniciantes, reunindo os melhores contos de Caio na visão de Marcelo Bessa. Ideal para os iniciantes e contém todos os contos aqui citados. O segundo é o livro Morangos Mofados, sua obra-prima e por ultimo, seu romance "Onde andará Dulce Veiga?". Espero que – assim como fez a mim – Caio conquiste um espaço definitivo no hall dos seus autores preferidos.



 Postado originalmente em Depois dos Quinze

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